Se a Va fosse uma pessoa humana mesmo, teria me telefonado, quando minha mãe estava doente, e veio a falecer. Ela tinha ciência o quanto eu gostava da mama, e que minha vida se complicaria com a sua morte.
Ninguém conheceu tão bem a Va, como eu, nem mesmo seus pais e seus irmãos.
Quanto mais eu convivia com ela, mas percebia a pequenez do seu caráter.
Ela era muito extrovertida. Gostava muito de um papo; vivia sempre conversando, e muito!
Aparentava,de principio, ser amiga da pessoas... Em pouco tempo de convivência, ela assumiu comigo que a relação dela com as pessoas era superficial. A Va não tinha amigos(a). Pelo que notei, a única pessoa que parece mesmo que ela amou foi seu pai, que a protegia(cômodo, não?).
Va não gostava nem um pouco de mulher. Toda mulher para ela era uma rival em potencial. Mas, gostava de homem, muito, gostava de sexo! Va não gostava da sua mãe, e quando ela fazia algo que a contrariava, sua ira, seu ódio, contra aquela que lhe pôs no mundo, vinha bem à tona.
Era puxa-saco de chefes/patrões, e era comum se desentender com seus colegas de serviço.
O emprego no colégio de freiras, lhe deu conforto, mas não a deixou feliz, porque ela cismou que suas colegas de sala, umas 3 ou 4, estavam querendo derrubá-la, que a atacavam, que não gostavam dela.
Um dia, ao ser visitada, no colégio, pela irmã freira, teve um ataque de choro. A irmã a levou para São Paulo(ela morava lá), para fazer um tratamento psiquiátrico. Pouco tempo depois, ela saía do emprego.
Va era sustentada pela tão odiada mãe, que lhe mandava uma grana, mensalmente. Vivia apertada, mas sobrevivia...
No colégio de freira, ao saber que um professor estava de câncer e precisava de doador, ela se ofereceu... Mas ,me confessou que foi tudo superficial, que gostou ao saber que o mesmo estava doente, já que, segundo ela , ele lhe ofendia muito.
Va era falsa, falsa e mentirosa. Contou pra mim algumas de suas mentiras...
Durante muito tempo, os irmãos os quais ela não se entendia eram o falecido Ro, a freira e a irmã mais velha, mas com o tempo, ela tomou raiva de todos, até mesmo os que ficaram neutros, com relação aos seus desafetos. Ainda assim, ficou muito triste com a doença, que acabou matando sua irmã mais nova.
Desconfiada, paranoica, chegou a um ponto que afirmou que a minha mãe um dia debochou dela. Minha mãe detestava deboche, e gostava muito dela, até que acabou percebendo sua falsidade.
Tinha muita pena de pessoas que passavam necessidade financeira. Era prestativa. Muito solidária aos animais.
Um dia, depois de uma de nossas costumeiras brigas, depois do almoço, ela encheu a cara de pinga, tomando mais de meio litro. E ela não tinha costume de beber muito, bebia muito pouco mesmo. Ficou horas passando mal , e eu tive que arrumar um balde, no qual ela vomitou diversas vezes. Chorando, se culpou dizendo que ela não combinava com ninguém, que eu não precisaria tolerá-la.
Mais de um ano depois, num sábado , à noite, mais uma briga, e fui dormir, enquanto ela fazia uma torta.
Ao acordar de madrugada, estranhei uma corrente de ar e a luz da cozinha acesa. O forno estava ligado, a torta queimou. A descobri, ela estava nua. Va tinha tomado um calmante muito forte, que apenas metade dele já faz dormir imediatamente. Ela tomou um tanto e ainda misturou com pinga. E disse que eu a estava fazendo muito infeliz. Foi muita irresponsabilidade dela, pois esperávamos alguns irmãos dela, que nos levariam, de carro, até a cidade em que moram, a casa de sua mãe. A freira foi que , mais uma vez a amparou. Foi tudo muito constrangedor. O irmão mais velho dela ficou impaciente, a chamou de radical, e foi beber , num bar próximo, com o outro irmão. "Você tem paciência demais com a Va!"(foi o que ele me disse).
Proclamava que , mesmo reconhecendo que seu gênio era pior do que o meu, o culpado das nossas separações era só eu.
Apesar do fracasso, achei válido ter me casado. Foi graças a Va que aprendi a cozinhar(rs). Nós raramente recebíamos visitas. Foi ótimo ter saído de casa.
Muito estranho, estranho de fato, eu mesmo tendo ciência que a Va não era flor que se cheirasse, ter voltado com ela diversas vezes, não? Questionei isso, claro, como sempre.
Vale lembrar que quando voltamos, em 1998, depois de 7 anos separados, não mais vivemos entre as 4 paredes. Ela queria voltar a morar junto comigo, mas eu vi que era fria, achei melhor que passássemos o final de semana juntos, ora na casa de um , ora na casa de outro.
Por mais que uma pessoa goste de viver só, há um limite, a solidão costuma a incomodar, às vezes.
A última mulher que eu fiquei foi no primeiro semestre de 1998. Chato como sou, comecei a questionar o lance de "ficar", que estava me dando mais aborrecimento que prazer. Mas, creio que, inconscientemente, eu queria alguém para abraçar, beijar, transar... E a Va apareceu... Mesmo com as brigas, fazíamos sexo quase todos os dias. Ela era uma boa ouvinte. Eu desabafava muita coisa com ela, que parecia me entender, e , diferentemente, de quase todas as pessoas que convivi, não se chocava com minhas confissões, não me recriminava. Ela era divertida-quando não estava implicando com algo(rs). Usava muitos clichês, e eu vivia a imitando...rs
Eu achava constrangedor depender financeiramente, morar com o companheiro da minha mãe, daí foi conveniente eu passar o final de semana no apartamento da Va.
Então, as voltas foram por conveniência, sendo que no caso dela por interesse financeiro, já que ela só me procurava quando seu bolso estava mais vazio. Ah, acredito também que me procurava por não conseguir arrumar outro homem, que tolerasse seu gênio, por orgulho ferido, igualmente.
Um casamento deste naipe, estava , realmente, fadado ao fracasso. Dois nervosos(ela era mais nervosa ainda do que eu), dois perdedores(eu mais do que ela), dois medíocres(eu mais do que ela), dois manoteiros(ela mais do que eu).
The end
Ninguém conheceu tão bem a Va, como eu, nem mesmo seus pais e seus irmãos.
Quanto mais eu convivia com ela, mas percebia a pequenez do seu caráter.
Ela era muito extrovertida. Gostava muito de um papo; vivia sempre conversando, e muito!
Aparentava,de principio, ser amiga da pessoas... Em pouco tempo de convivência, ela assumiu comigo que a relação dela com as pessoas era superficial. A Va não tinha amigos(a). Pelo que notei, a única pessoa que parece mesmo que ela amou foi seu pai, que a protegia(cômodo, não?).
Va não gostava nem um pouco de mulher. Toda mulher para ela era uma rival em potencial. Mas, gostava de homem, muito, gostava de sexo! Va não gostava da sua mãe, e quando ela fazia algo que a contrariava, sua ira, seu ódio, contra aquela que lhe pôs no mundo, vinha bem à tona.
Era puxa-saco de chefes/patrões, e era comum se desentender com seus colegas de serviço.
O emprego no colégio de freiras, lhe deu conforto, mas não a deixou feliz, porque ela cismou que suas colegas de sala, umas 3 ou 4, estavam querendo derrubá-la, que a atacavam, que não gostavam dela.
Um dia, ao ser visitada, no colégio, pela irmã freira, teve um ataque de choro. A irmã a levou para São Paulo(ela morava lá), para fazer um tratamento psiquiátrico. Pouco tempo depois, ela saía do emprego.
Va era sustentada pela tão odiada mãe, que lhe mandava uma grana, mensalmente. Vivia apertada, mas sobrevivia...
No colégio de freira, ao saber que um professor estava de câncer e precisava de doador, ela se ofereceu... Mas ,me confessou que foi tudo superficial, que gostou ao saber que o mesmo estava doente, já que, segundo ela , ele lhe ofendia muito.
Va era falsa, falsa e mentirosa. Contou pra mim algumas de suas mentiras...
Durante muito tempo, os irmãos os quais ela não se entendia eram o falecido Ro, a freira e a irmã mais velha, mas com o tempo, ela tomou raiva de todos, até mesmo os que ficaram neutros, com relação aos seus desafetos. Ainda assim, ficou muito triste com a doença, que acabou matando sua irmã mais nova.
Desconfiada, paranoica, chegou a um ponto que afirmou que a minha mãe um dia debochou dela. Minha mãe detestava deboche, e gostava muito dela, até que acabou percebendo sua falsidade.
Tinha muita pena de pessoas que passavam necessidade financeira. Era prestativa. Muito solidária aos animais.
Um dia, depois de uma de nossas costumeiras brigas, depois do almoço, ela encheu a cara de pinga, tomando mais de meio litro. E ela não tinha costume de beber muito, bebia muito pouco mesmo. Ficou horas passando mal , e eu tive que arrumar um balde, no qual ela vomitou diversas vezes. Chorando, se culpou dizendo que ela não combinava com ninguém, que eu não precisaria tolerá-la.
Mais de um ano depois, num sábado , à noite, mais uma briga, e fui dormir, enquanto ela fazia uma torta.
Ao acordar de madrugada, estranhei uma corrente de ar e a luz da cozinha acesa. O forno estava ligado, a torta queimou. A descobri, ela estava nua. Va tinha tomado um calmante muito forte, que apenas metade dele já faz dormir imediatamente. Ela tomou um tanto e ainda misturou com pinga. E disse que eu a estava fazendo muito infeliz. Foi muita irresponsabilidade dela, pois esperávamos alguns irmãos dela, que nos levariam, de carro, até a cidade em que moram, a casa de sua mãe. A freira foi que , mais uma vez a amparou. Foi tudo muito constrangedor. O irmão mais velho dela ficou impaciente, a chamou de radical, e foi beber , num bar próximo, com o outro irmão. "Você tem paciência demais com a Va!"(foi o que ele me disse).
Proclamava que , mesmo reconhecendo que seu gênio era pior do que o meu, o culpado das nossas separações era só eu.
Apesar do fracasso, achei válido ter me casado. Foi graças a Va que aprendi a cozinhar(rs). Nós raramente recebíamos visitas. Foi ótimo ter saído de casa.
Muito estranho, estranho de fato, eu mesmo tendo ciência que a Va não era flor que se cheirasse, ter voltado com ela diversas vezes, não? Questionei isso, claro, como sempre.
Vale lembrar que quando voltamos, em 1998, depois de 7 anos separados, não mais vivemos entre as 4 paredes. Ela queria voltar a morar junto comigo, mas eu vi que era fria, achei melhor que passássemos o final de semana juntos, ora na casa de um , ora na casa de outro.
Por mais que uma pessoa goste de viver só, há um limite, a solidão costuma a incomodar, às vezes.
A última mulher que eu fiquei foi no primeiro semestre de 1998. Chato como sou, comecei a questionar o lance de "ficar", que estava me dando mais aborrecimento que prazer. Mas, creio que, inconscientemente, eu queria alguém para abraçar, beijar, transar... E a Va apareceu... Mesmo com as brigas, fazíamos sexo quase todos os dias. Ela era uma boa ouvinte. Eu desabafava muita coisa com ela, que parecia me entender, e , diferentemente, de quase todas as pessoas que convivi, não se chocava com minhas confissões, não me recriminava. Ela era divertida-quando não estava implicando com algo(rs). Usava muitos clichês, e eu vivia a imitando...rs
Eu achava constrangedor depender financeiramente, morar com o companheiro da minha mãe, daí foi conveniente eu passar o final de semana no apartamento da Va.
Então, as voltas foram por conveniência, sendo que no caso dela por interesse financeiro, já que ela só me procurava quando seu bolso estava mais vazio. Ah, acredito também que me procurava por não conseguir arrumar outro homem, que tolerasse seu gênio, por orgulho ferido, igualmente.
Um casamento deste naipe, estava , realmente, fadado ao fracasso. Dois nervosos(ela era mais nervosa ainda do que eu), dois perdedores(eu mais do que ela), dois medíocres(eu mais do que ela), dois manoteiros(ela mais do que eu).
The end