Mostrando postagens com marcador A Espiritualidade e Eu. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador A Espiritualidade e Eu. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 6 de julho de 2012

A Espiritualidade e Eu - 2


E segui os primeiros anos da década de 80, frequentando o centro espírita e, aparentemente, estável no meu emprego(antes, eu não tinha estabilidade profissional).
Parecia que eu tinha "tomado juízo", no entanto, era do conhecimento de todos, que eu detestava a multinacional, a qual eu trabalhava. No centro espírita, eu frequentava as reuniões mediúnicas das quartas-feiras e no sábado participava da evangelização das crianças, quase todas residentes numa favela. Eu, mesmo sem ter o ensino médio(só tirei o segundo grau, em 1985-supletivo), dava aula de evangelização... Vocês deviam ver que gracinha eu falando com as crianças sobre Jesus...

Mas, minha paciência se esgotou, e, em 1983, pedi demissão da multinacional, depois de 3 anos e 4 meses de serviço, de sofrimento. Todos ao meu redor foram contra...

Fiquei um ano desempregado. Neste ínterim , uma das coisa que eu fazia, era ler enciclopédias. Acabei por descobrir o marxismo e ficar bem interessado em filosofia e psicanálise. Li sobre religiões, agnosticismo, ateísmo. Comprei e li alguns livros...  Em questão de pouco tempo, descri de religião. Não mais acreditava nesse Deus das religiões. Ateu ou agnóstico(até o agnosticismo suscita polêmica)?
Se tornou incomodo eu dar aulas sobre evangelização, eu estava me sentindo falso; então, falei com a coordenadora que pararia de dar aulas, pois não mais acreditava no que eu explanava para as crianças.
Continuei a frequentar o centro espírita, mas por pouco tempo.
E assim encerrei todo meu elo com religiões e com Deus.

Acho mais provável não haver vida após a morte. Mas, caso houver, boa coisa não nos espera.
A essência do ser humano não é boa. Não que o homem seja ruim, mas ele é ambíguo, a vida é ambígua, cheia de altos e baixos, cheia de problemas, de instabilidades e incertezas. Um aluno que tira nota 5, é um estudante sofrível. O homem é um ser sofrível. É um ser para a morte, um ser sem futuro, sem respostas para as suas questões. E se existe um criador, ele não é bom nem ruim; apenas nos criou e parece gostar do que vê, talvez se divirta com tudo...

Vero que existem coisas boas, há momentos bons na vida, e se não houvessem, acho que o suicídio seria geral. Mas tudo é fugaz, tudo sem sentido. E como dizia meu filósofo predileto, Schopenhauer: "o Nada é este mundo, com todos os seus sóis e galáxias".

A Espiritualidade e Eu




Estou fazendo este post de improviso. Isso, decidi hoje. O que me serviu de inspiração, foi a sugestão do blogueiro Christian, do blog Escritos Lisérgicos, que sugeriu uma blogagem coletiva, a respeito do tema "Espiritualidade". Como não gosto de nada coletivo, achei melhor não participar. E também não sou disciplinado, além de não gostar que tenham expectativas a meu respeito, já que não sou letrado, não tenho estética  e meu modo de ver as coisas, não é nada convencional, não é nada otimista. No entanto, esse tema é muito interessante.

Acabei de ler sobre o assunto nos blogs que sigo, "Diário de Um Ano Bom" "Uma Caixa de Pandora", "Escritos Lisérgicos" e  "MoiselleMad". Gostei do que eles escreveram. Agora, minha humilde pessoa vai tentar dizer algo a respeito de espiritualidade.

Pra início de conversa, nem sei o que é isso. O que seria espiritualidade?  Um elo com Deus? Um elo interior consigo mesmo? A crença que somos mais que matéria, que existe algo além, pós morte, que somos seres espirituais?


Eu, particularmente, não acredito em nada disso.

Minha formação , foi católica. Fiz primeira comunhão aos 10 anos de idade, quando estudava no colégio Curso Chopin. Tenho ainda duas fotos do evento. Numa, estou ao lado dos colegas, cercado por uma mesa repleta de salgados, doces e refrigerantes(esse foi o ponto alto da primeira comunhão-rs). Noutra, estou na primeira comunhão mesmo, de terno e, ternamente, comovido com as palavras religiosas, com a cabeça um pouco inclinada, parecendo uma bichinha(rs).

E a bichinha católica continuou, no mesmo ano, a frequentar uma igreja, perto de casa, todos os domingos. Eu ia até a missa, bem cedo, e era a única criança na Igreja entre os adultos, que me olhavam admirados...
Incrível, como a gente pode ser tão idiota assim!

No ano seguinte, ao tomar conhecimento da morte do meu avô. Muito triste, comecei a questionar a existência de vida após a morte...

Na adolescência, minha mãe, com um certo entusiasmo, começou a falar sobre a doutrina espírita. Gostei e achei que fazia sentido a teoria da reencarnação. Frequentei um pouco um centro kardecista. Mas, mesmo crendo, eu não queria compromisso com a religião,e achava que o espiritismo era triste e monótono ao mesmo tempo.  Me afastei... Os espíritas não concordaram com minha atitude, pois eu era "médium", e "médium tem que se desenvolver".

Em 1979, aos 23 anos, acometido por uma forte depressão, gerada por uma terrível fobia, que me fez perder a graça em tudo, até mesmo em escutar meus rocks e perder o apetite, fui pedir ajuda a um respeitado ancião espirita. Eu suspeitava que espíritos inferiores estavam me perturbando. Ele disse que poderia não ser isso; que eu estava desempregado, à toa, sem rumo, e que isso poderia ocasionar uma depressão. Contudo, ele sugeriu que eu voltasse a frequentar o centro espírita.

continua...


Marcadores