É de Família...

Já falei aqui que minha família pelo lado paterno, tem histórico de loucura. Alguns se suicidaram. Quase todos são introvertidos e gostam de ficarem sós. São nervosos.

Minha avó paterna, teve 6 filhos; quatro homens e duas mulheres. Ela era beata, reclusa e orgulhosa. Era mais bicho do mato do que eu. Foi internada algumas vezes. Recebeu choque elétrico.
Eu que apresentei para ela o refrigerante Coca Cola, o qual ela, já idosa, nunca havia experimentado. Ela só provou e fez uma cara terrível(rs), como se estivesse tomando um remédio ou uma dose de pinga.
Morreu de morte natural, com pouco mais de 80 anos.
Dos seus seis filhos, três já se foram: o mais velho, que sofria de Mal de Parkinson ,morrendo de morte natural, aos 79 anos; meu pai, que ficou 4 anos acometido de Mal de Alzheimer, falecendo com 72 anos incompletos, de pneumonia e outras complicações pulmonares; e um dos filhos, se suicidou, aos 59 anos, enforcado.

A mente humana é bem estranha,complicada. Me identifico com alguns personagens de Woody Allen. Num de seus filmes, o protagonista estava muito bem de vida: vivendo com sua amada, realizado profissionalmente, com dinheiro e  saúde, mas manifestou vontade de consultar um psiquiatra, pois estava com desejos suicidas.rs
Eu costumo a falar que o indivíduo pode estar com a vida feita, tipo o personagem de W.Allen, que acabei de descrever, mas, de repente, ao ver uma trinca em sua casa, ele cisma que a casa vai cair. De nada adianta até mesmo os peritos dizerem que nada de mal vai acontecer, porque o indivíduo colocou mesmo em sua cabeça que sua casa cairá. E ele acaba caindo no fundo do poço, num labirinto de loucura.

Quando os Beatles estavam na ativa, John Lennon era o eterno insatisfeito; Paul MacCartney era o eterno bom astral, sempre animado...

Tenho um primo, o qual pouca intimidade tenho. Ele é alguns anos mais velho do que eu. É de uma cidade provinciana das Minas Gerais, conterrâneo do meu pai , de seus irmãos e dos meus avós. Ainda jovem, veio residir em Belo Horizonte.

Foi empregado do irmão mais velho do meu pai, que era muito rico(este meu tio foi patrão meu e do meu pai também).
Ele comandava uma banca de legumes do meu tio. Acabou, de sociedade, adquirindo uma banca, também de legumes. Tempos depois, se tornou proprietário de uma loja de biscoitos(todas as bancas eram do Mercado Central). Ele já estava rico, mas ficou mais rico ainda, ganhando na loteria algumas vezes(não sei se foi na federal ou estadual).

Casado,com filhos, era alto e de boa aparência. Ele se parece com o cantor Jerry Adriani. Com um jeito alegre, brincalhão, carismático, boa praça... Um de seus empregados, me disse: "Não existe patrão tão bom como o  JM".

Tinha tudo pra ser feliz, não?  No entanto, há anos que ele vive deprimido. Tem umas melhoras, mas volta a ficar deprimido...

A última vez em que o vi foi no velório do meu pai, em 2002. Vale lembrar que a parentela, do lado do meu pai, não é  de visitar um ao outro, é uma família muito desunida... cada um pro seu lado. Porém, quando um morre, os urubus aparecem aos montes(rs), como foi o caso do primo JM, no velório do meu pai.
Fiquei impressionado, pq perguntei a ele em qual bairro o mesmo morava, e ele não soube responder. Ficou matutando, até que pediu ajuda à sua irmã, que me informou o nome do bairro...

                                                            Coisa de louco! rs