segunda-feira, 11 de junho de 2012

Mudanças(2)

Casa 8

No meio do ano de 1969, fomos morar numa casa alugada, por coincidência na mesma rua em que morávamos em 1962, no bairro Padre Eustáquio, dois quarteirões depois do barracão anterior.
Desta vez, ficamos menos de 6 meses na residência...

Casa 9

Continuamos no bairro Padre Eustáquio, morando a dois quarteirões da casa 8. Meu pai comprou o apartamento da minha avó materna. No segundo semestre de 1969, voltei a estudar no colégio Padre Eustáquio. Depois do tormento no Liceu Salesiano, eu fiquei na calmaria no colégio Padre Eustáquio. Não cheguei bem há ter um amigo nesta escola, mas me dava bem com o pessoal, tirante um, que tivemos um pequeno desentendimento, que resultou num tapa na cara e num chute(rs-não me lembro mais quem foi quem , nestas trocas de gentilezas). De novidade, foi que descobri um cara que foi da minha sala, quando eu cursava o segundo ano primário, no Padre Eustáquio. E vê se pode, o H. não se lembrava de mim. Bastaram-se 4 anos(1965 a 1969), para ele não se lembrar de mim. O H. era gay.

Outra novidade: um dia, um colega de sala, um grandão, chegou perto de mim e disse: "A M.M. está apaixonada por vc".  Ela era ruiva, magra, de olhos verdes. Muito bonita. De principio, não acreditei mesmo no grandão. Mas, observando com mais atenção, notei que ela parecia estar mesmo a fim de mim. Não me apaixonei, mas me interessei por ela. O grande problema era minha timidez, minha falta de jeito, eu não sabia como chegar nela, ainda não tínhamos conversado. Pedi ajuda(rs) aos meus colegas, e acabei indo na onda de um deles(foi o mesmo que eu briguei)... Bem, fui muito ingênuo, para não dizer idiota. Na hora do recreio a chamei, ela veio toda sorridente; sorriso que se foi rapidamente depois do que eu disse pra ela. Não a faltei com respeito, mas fui muito infeliz no que eu disse.  Nunca mais conversamos. Os colegas me zoaram, mas eles não eram como os colegas do Liceu Salesiano, não gostavam de derrubar a gente, não pegavam no nosso pé.
Não querendo estudar, parei com os estudos, ainda neste semestre.

No ano seguinte(1970), volto para o colégio Padre Eustáquio, e adivinham quem voltou a ser da minha sala? Isso, ela mesmo , a M.M., que havia tomado bomba.rs
Uma vez, surpreendentemente, ela me pediu, dentro da sala de aula, um livro emprestado. Meus colegas, que sabia do nosso envolvimento, me zoaram, dizendo que eu fiquei vermelhinho(rs).  Mais surpresa: ela não me devolveu o livro, nem me agradeceu, mandou uma colega fazer isso por ela. Ela nunca me perdoou.

E o inquieto aqui, ainda no primeiro semestre, desiste, de novo, de estudar. Bom lembrar, que foi neste ano que eu comecei a matar aulas.

Quanto ao apartamento, era localizado num prédio de três andares, com quatro apartamentos em cada andar. Morávamos no terceiro andar. Eu gostava de lá. Fiz amizades com colegas vizinhos, da minha faixa etária, fiz também um tanto de inimizades...  Moramos lá, do segundo semestre de 1969 , até 30.12.1973, quando meus pais, novamente, resolveram se mudar. Fiquei muito revoltado com isso, muito, pois eu gostava do apartamento, do bairro, tinha esperanças de reatar a amizade com um amigo, que morava também no prédio; tinha esperanças de namorar uma menina, que morava num bairro próximo, o Carlos Prates, e eu não queria morar num bairro longe do centro...

Ah, no ano de 1971, voltei a estudar, num outro colégio, próximo ao colégio Padre Eustáquio, Vital Brasil. Foram anos, relativamente, tranquilos, com exceção do primeiro semestre de 1973, quando eu cursava o quarto ano ginasial, me desentendi com muitos colegas. Meus pais descobriram que eu matava aulas, foi um Deus nos acuda. Pra me castigar, meu pai me pôs a trabalhar no Mercado Central, durante as férias do meio do ano. Optei por continuar trabalhando, parando de estudar...

Falando em estudos, paradoxalmente, depois que parei de estudar, no mesmo ano, namorei por alguns poucos meses , com uma colega que foi da minha sala; ela era loura, olhos azuis, bonita, mas eu a achava muito nova; tinha 14 anos , enquanto eu estava com 17(eu preferia meninas que regulavam com a minha idade). Não cheguei a me apaixonar por ela, e olha que ela tinha até o gênio bom.rs

continua...

6 comentários:

  1. Com tantas mudança, seria impossível um estudo regulas. Adolescente gosta de turma e quando isto não acontece vem o isolamento.
    beijos!

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  2. Não, Janice, me desculpe, mas discordo em parte, alguns adolescentes não gostam de turma, eu próprio fui um deles; gostava mais de andar com um ou dois amigos apenas. E conheci adolescentes mais solitários do que eu.

    Se bem que na medida que o tempo foi passando, do fim da adolescência até a passagem para a idade adulta, meu isolamento foi só aumentando. É raro uma pessoa tão solitário quanto eu; na verdade, não conheço alguém tão solitário como eu, da minha faixa etária e abaixo dela, não conheço.

    Muito obrigado por seu comentário.

    Abraços

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  3. Falo assim, quando se vai conhecendo algumas pessoas e começa a gosta da convivência, tem outra mudança de endereço e aquele amigo vai ficando para traz. E em um novo endereço começa tudo novamente.
    Beijos!

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  4. Isso é, as pessoas se esquecem, uma das outras, com muita facilidade.

    Obrigado!

    Abraços!

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  5. gostei dessa idéia que você teve de ir colocando as casas e o que acontecia na época, afinal são as fases e a história de sua vida.Você viveu em bons tempos, eu gostaria de ter vivido nos anos 60, 70, 80. Eu nasci nos anos 80, mas como era muito criança, não tinha graça!

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  6. Denise,

    Realmente, eram melhores tempos, principalmente no tocante à segurança, ao respeito...
    No entanto, eu não fui feliz, minha adolescência, por exemplo, foi um desastre!

    Obrigado!

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