A sensação, quando recebi a notícia foi como se eu perdesse uma parte muito valiosa de mim, nem sei bem descrever, foi uma sensação pior do que chegar em nosso lar e ver tudo queimado, sem nada sobrar.
E eu, que achei que não sobreviveria, sobrevivi por esses três anos.
Minha mãe era extrovertida, sociável, carismática-muito estimada- solidária, amorosa, boa conselheira, preguiçosa, "folgada", exagerada, leal, engraçada, radical, romântica...Adorava amizades e família. Não teve uma boa mãe e nem foi feliz com os dois malas que foram seus companheiros, um deles, meu pai. Se decepcionou com meu irmão, que era seu filho predileto. Se preocupava comigo, às vezes tentando esfriar minha cabeça, quando eu estava com ela muito quente. Minha mãe gostava de conciliar, não falava mal das pessoas, costumava até por panos quentes. A meu ver, nenhum dos seus quatro irmãos foram bons pra ela. Não que tenham sido canalhas, mas, cada qual , a seu modo, foi egoísta, e minha saudosa mama não portava a bandeira do egoísmo. E ela foi vítima do egoísmo daqueles que a cercavam.
37 dias internada num hospital, quase um mês no CTI, morreu só ou se não acompanhada da equipe médica . Ela não merecia o destino que teve, eu penso.
Ando cada vez mais apático, desligado, até frio, mas, neste momento, sou pura emoção, que saudade, mama, que falta a senhora me faz!
O nosso lado de dentro,sentir que transitamos sobre uma fina lâmina e que o sangue se mistura ao perfume das manhãs(lembranças)
ResponderExcluirSei bem como te sentes...como gostaríamos de tornar permanente o que está destinado a partir..
um abraço para ti ,Roderick
Obrigado, Paredes!
ResponderExcluirÉ isso mesmo, como vc disse, como gostoríamos de tornar permanente o q está destinado a partir.
Abraços!
Você pode não ser religioso e não encontrar respostas para certos questionamentos. Sua mãe, certamente, não morreu só. Uma pessoa assim, como descreveu, veio ao mundo sabendo que passaria por tudo isso. E retornou com a missão cumprida. Essa saudade não pode ser curada com palavras ou remédios. Ela, simplesmente, se transforma, com o tempo, deixando de doer.
ResponderExcluirBjs.
Nem tem o que dizer senhor Verden, não sei o que faria sem minha mãe, tenho um grande medo de perde-la... Esse post bateu fundo... e a música então...
ResponderExcluirMeu pai teve um AVC, passou 38 dias num CTI e 10 anos viveu doente.
ResponderExcluirIsso é muito difícil de aceitar!
Roderick
ResponderExcluirSei que não há nada que se diga que amenize essa saudade dolorida que aperta o coração e dói sem a menor esperança, mas quero que saiba que compreendo sua dor e sou solidária a vc. Às vezes também me pergunto como pude sobreviver à morte de meu pai querido; o fato é que sobrevivemos e o tempo nos ajuda aceitar a ausência, mas a saudade só aumenta.
Receba meu carinho e um abraço apertado.
Beijos.
Olha, nem imagino como deve ser essa dor porque ainda tenho a minha mãe comigo (e prefiro nem imaginar)
ResponderExcluirporém, a vida é isso aí, e a gente tem estar pronto pra esse momento (e se não estivermos, muita força pra atravessar)
a dor passa(?), fica a saudade.
De todas as pessoas da minha família, a única que ainda tenho uma ligação afetiva é minha mãe.
ResponderExcluirTentei recentemente me reaproximar da minha sobrinha, mas ela não quis. Até hoje me pergunto qual foi o crime que cometi além de ser diferente deles, de não pensar como eles gostariam. Meu irmão é um ótimo filho, mas como irmão é meu verdadeiro inimigo, que conseguiu afastar quase todos de mim. Enfim, essa é uma parte já fechada na minha mente, mas que ainda me chateia de vez em quando.
Quanto a minha mãe, ainda faço o que posso por ela, apesar de nossa relação ter sido sempre muito difícil. Mas sou muito grata a ela, porque quando me viciei em drogas, foi ela que me deu a mão para voltar daquele inferno. Então sempre que ela precisar de mim estarei presente.
Beijocas
Marilene,
ResponderExcluirAcredito que vc seja espírita, não?
Já fui espírita, hoje não creio mais, mas lhe agradeço imensamente as palavras confortadoras.
Pandora,
Sua mãe é bem jovem ainda. Torço para que ela viva muito, ao menos mais 60 anos(rs).
Katia,
Muito difícil de aceitar mesmo!
E um dos meus medos é ter um derrame. Bem, se pelo menos matasse rápido, tudo bem, mas temo é quando sobrevivemos e ficamos com sequelas. Ontem, antes de eu postar, fiquei sabendo que o técnico do Vasco da Gama teve um AVC, durante um jogo. Fiquei pensativo, pois costumo comer umas três vezes por semana feijão tropeiro com torresmo...
Lua Nova,
Muito agradecido por sua gentileza e solidariedade!
Mari,
Também te agradeço muito!
Dama,
Pode-se dizer q não tenho mais ligação afetiva na família. Meu irmão se preocupa mesmo é com sua mulher e seus dois filhos. Tenho um tio materno, q noto q se preocupa, tem uma certa consideração comigo, mas, ultimamente, temos tido contato só através de esporádicos e-mails.
Abraço a todos(a)
Com certeza ela não merecia o destino que teve. Eu ainda não tive essa sensação, de perder alguém realmente importante. Não que as pessoas que eu conhecia e que já se foram não eram importantes, mas nunca tive muito contato.
ResponderExcluirDeve realmente parecer que foi tirada uma parte de você, quando perde alguém muito próximo.
Obrigado, Denise.
ResponderExcluirAbraços
Um momento insuportável, com certeza, mas infelizmente inevitável, a não ser que morramos antes. Aí a dor é insuportável para eles (os pais). É horrível pensar que a dor é uma coisa inevitável...
ResponderExcluirVc não deixa de ter razão, Gilberto. Mas eu preferiria ter morrido antes da minha mãe, porém o destino não quis.
ResponderExcluirAbraços
Bom domingo!