domingo, 22 de junho de 2014

Rabugice


Nesta semana, encontrei um texto muito interessante, num site que acompanho, sendo que teço comentários no mesmo.
Pode-se dizer que é o único site, atualmente, que tenho comentado com uma certa assiduidade. É bem diferente do que se vê na blogosfera. Não uso o nick Roderick Verden, uso outros nomes.
Na verdade, uso quatro nomes, todos logados e com fotos. Nomes bizarros, até mesmo engraçados, fotos idem.
Isso faz parte do meu bom humor, que dia a dia, se esvai ... remanescentes do meu bom humor, do meu sarcasmo , das minhas ironias. Apesar disso, sou sincero nos comentários, não brinco com os sentimentos alheios.

Claro que o rabugento aqui já brigou no tal site.

E o texto, que achei interessante, é sobre rabugice. Me identifiquei muito com ele, lógico. Afinal, a alegria resolveu, de vez, sair da minha vida. Eu próprio fico impressionado pelo ponto em que cheguei de só postar lamentos, só falando em perdas, tristezas, ingratidões, injustiças... mortes... desilusões. Não vislumbro uma luz no fim do túnel. Todas as fontes secaram. E para azedar mais meu humor, fiquei privado de uma das minhas maiores paixões (a maior, falando mais claro): meus discos. Haja mal humor , haja descrença!

E no citado texto, a figura que eu mais me identifiquei foi com o carente(rs). O carente é bem parecido comigo. Sou rabugento e carente sim! E ainda rio... melhor rir do que chorar, não? Mas, por dentro, estou sangrando!

Eis o texto:


"Todos os dias, o corpinho dá sinais da velhice em pílulas. É um cabelo branco ali, uma fenda aqui, um deslizamento acolá. Mas nada mais sintomático que a rabugice. No passado distante em que se encontra a adolescência, cheguei a acreditar que, de perto, todo mundo era realmente gente boa. Não precisaram muitos aniversários para eu começar a criar intolerância a certas pessoas. A idade só fez agravar os sintomas e crescer a lista de tipos difíceis de suportar, que exibo a seguir:

O efusivo: todo encontro é uma festa, cada história vem acompanhada de um “uhu”, a vida parece ser uma eterna aula de spinning. Definitivamente, não consigo confiar em gente que está sempre feliz e animada; pior, que sempre quer te deixar feliz e animada, do tipo que te obriga a interagir ou dançar quando tudo que você mais queria é ser esquecido no sofá.
O simpático: não é tão óbvio quanto o efusivo, mas foi fabricado com um sorriso pregado no rosto. Não importa o clima à sua volta, ele tem sempre uma piadinha para levantar o ambiente. Em cinco minutos, você ganha um apelido fofo e vira amigo de infância. Vai pensar em desabafar e ganha de brinde uma frase feita cheia de otimismo. Sem se dar conta, você é engolido pela bolha de intimidade, com carinhos e beijinhos sem ter fim.
O carente: para mostrar que meu problema não é com gente feliz, entra fácil para a lista o adestrador de “mimimi”. Um e-mail não respondido, um almoço com o outro amigo, o fim de semana off-line viram um drama. O hobby favorito é discutir a relação e jogar na sua cara que você nunca faz o suficiente. Pra ele, amigo bom é o que concorda com tudo, o que o defende em qualquer situação e, de quebra, diz que ele é lindo, sempre.
O competitivo: você está contando sobre como as reações à vacina da gripe suína te derrubaram por dois dias e lá vem o sujeito dizer que a dor de cabeça que teve na semana passada foi muito pior. Você ficou arrasada com o fim do namoro, ele tentou se matar; nunca ganhou o presente que pedia no Natal, ele passou fome; faz horas extras demais e ganha mal, o emprego dele é praticamente trabalho escravo. Não adianta dizer o quanto você está triste, ele sempre passou por coisas piores. É viciado em gincanas de desgraças.
O vendedor: bobagem começar a discutir. Você está do lado errado e precisa ser convertido. Nem estou falando do fanático religioso, apesar de pessoas desse tipo usarem a mesma técnica. Sendo assim, não há paraíso se você não parar de comer carne, não começar a correr 12 km por dia, não votar naquele partido ou continuar tomando remedinhos cheios de química para tratar suas doenças. Tem também os que encaram como missão convencer a humanidade de que a escola do filho é a melhor, a última viagem de férias é obrigatória ou que é impossível viver sem ter um carro da tal montadora. Como diz meu amigo Jack, essas pessoas só podem ser comissionadas.
O preconceituoso: esqueça o espalhafatoso, que posta piada de gay no Twitter ou credita todo problema de trânsito a uma mulher no volante. Estou falando de gente mais sutil, que trata mal o empregado do prédio para mostrar quem manda e entende o carinho entre dois homens como uma agressão pessoal. Que faz da vizinha sua matéria-prima para as fofocas diárias por ela ser divorciada ou se sente ameaçado em uma festa cuja a maioria dos convidados é negra. E, desta vez, os exemplos não são ilustrativos.
Tenho tanto horror a preconceito, que minha batalha diária é acabar com os meus, que fiz o favor de listar aí em cima. Meu prazo é antes que a rabugice se instale de vez."

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Todos os comentários serão respondidos.

Marcadores