quinta-feira, 12 de junho de 2014

Dia dos Namorados - Copa do Mundo


Você sempre esteve ao meu lado. Mas, demorei a notar a sua presença.

Na juventude, você estava comigo, na casa dos meus pais.

Você estava do meu lado, quando eu frequentava as escolas.
Você me acompanhava nos divertimentos com os colegas, vizinhos, "amigos"...

Você sempre esteve perto de mim quando fiquei com mulheres, fazendo sexo, dando uns "amassos", namorando...

Você ia todo o dia comigo, no local do meu trabalho.

Você foi morar comigo, quando me casei.

Sempre do meu lado... sempre silenciosa...

Como você não é de conversa, não me disse nada, mas suspeitei bastante que você não gostou nem um pouco do meu envolvimento com a LL. Acredito que você teve ciumes dela.
Porém, a verdade é que não sei viver sem você, assim como você não sabe viver sem mim.

Feliz Dia dos Namorados, minha eterna e silenciosa companheira, minha tão amada Solidão!
Ninguém consegue nos separar. Eu e você, Solidão, somos almas gêmeas!

E, hoje, começa a Copa...

Acreditem se quiserem, mas quando eu via matérias sobre a Copa do Mundo, eu pensava: hehe, quando a Copa começar, eu já estarei  debaixo da terra. No entanto, covardemente, não tive coragem de fazer o corte final.

Como de costume, minha preocupação em relação a Copa, é com a poluição sonora, a algazarra. A minha estimada companheira, a Solidão, também não gosta nem um pouco de barulho.

Vuvuzela, buzinadas, fogos de artifício, hinos da Seleção Brasileira...

Seria gratificante se o Brasil perdesse logo na primeira fase. Contudo, acho isso até impossível, pois seus adversários , são muito fracos. E ainda existe a "marmelada"...

Infelizmente, este vai ser um mês que custará a passar...

E o sentimento de perda, fracasso, a saudade dos meus discos, é muita. É difícil de se conformar. Depois de uns 40 anos de paixão, vendê-los, a um preço até barato.
Eles(os discos) , assim como a solidão, foram meus grandes companheiros.

Uma vez, a mulher de um tio paterno, numa conversa , a qual minha ex-esposa estava presente, disse que eu gostava mais dos discos do que da minha mulher. E ela(a minha ex) concordou. rs.

Já disse , num dos posts, que mais me define, que sou um eterno calouro, uma eterna criança, já que nunca fui profissional e nem adulto. E sou também um animal. Apesar de eu estar bem pra baixo, sem vontade alguma de viver,querendo morrer, eu ainda tenho apetite, incluindo o sexual. Mesmo sem me iludir, sem entusiasmo algum, ainda gosto de comer, beber, masturbar. Ainda consigo admirar uma bela mulher. E continuo a adorar música. É, dizem que certos animais gostam de música(rs). E só gosto dessas coisas, só! Sou ou não sou um animal?

Igualmente, sou um alienígena(fiz um post a este respeito), que rejeita o toque humano. Sou um estrangeiro, um estranho, num planeta contraditório, conturbado, vivendo uma vida sem sentido, inútil, na esperança da morte chegar o mais rápido possível.

Não vou assistir aos jogos da Copa, mas , infeliz e provavelmente, assistirei à algazarra.
Espero que até antes do Natal, eu já tenha partido(rs). Eu rio,  mas é sério. rs





2 comentários:

  1. Olá amigo,
    mais uma vez pousei no seu blog para constatar, com peso, que passou por "poucas e boas" ultimamente. O que dizer em horas tais? Eu também já pisei no limiar do desespero, e sei que nessa hora escura a maior certeza é nos sentirmos irremediavelmente sós. Por isso, não tentarei fazer suposições ou consolá-lo. Bem, talvez relativizar as coisas, como penso ser dever dos vivos em relação aos mortos. A vida é sempre a diferença fundamental.
    Enquanto há vida há esperança. Este clichê, por mais que seja gasto, não pode ser desmentido. Pode? Quantas pessoas diferentes há no mundo, para que alguma (e, de fato, uma só) possa nos devolver a vida...?
    Lamento pelo seu amor perdido, pelo seu desamor, mas isso não prova nada. Estamos entendidos, não estamos? Não prova mesmo. Depois, ao ler seus posts mais recentes, creio que o que mais me causou estranheza foi a sua insistência no motivo econômico. Não me entenda mal, pois estou longe, muito longe de ser um espírito desmaterializado, que prescinda de um ganha pão, digno ou indigno (veja que o cerne do meu argumento não é o moralismo). Mas é que não compreendo como um espírito de mais de cinquenta anos de luta possa se render por motivos econômicos, sobretudo sendo tão capaz de se expressar, tão lúcido sobre as limitações do seu mundo. No entanto, você é parte dele, e tenho certeza que poderia encontrar algo em que se realizar. Assim como tenho certeza da dificuldade disso. Só você pode decidir se vale a pena.
    Lamento também pelos seus discos. O que dizer? Você não os levaria mesmo para o além, e é uma grande prova de desprendimento ter conseguido se desfazer deles. Além disso, as músicas que mais gostamos moram em nós, não é mesmo? Podemos senti-las de memória, não é mesmo? E se isso possibilitou a sua sobrevida pelo prazo estimado de um ano, bem, acho que isso é mais do que justo. Afinal, não é sempre que temos alguém tão lúcido sobre as dificuldades da vida circulando por aqui. E é reconfortante encontrar alguém assim, não? Pelo menos é uma experiência de lucidez (x loucura).
    Meu caro, espero que se recupere. Espero que tenha mais a oferecer a um mundo que beira a loucura; não em nome da loucura, mas em nome da lucidez. Quanto isso vale, só você pode dizer.
    Abraços do seu amigo inconstante

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  2. Marcelo, anda sumido... Bom te ver por aqui. Não esqueço do seu relato no seu blog, no qual vc disse que quase se matou...

    Gostei muito do seu comentário e agradeço muito pela força. Mas, é difícil mesmo se acostumarem comigo. Como uma psicóloga mesmo um dia me disse, sou um ser a parte. Viver sem dinheiro? Depender dos outros?

    Creio que o que tem acontecido comigo é reflexo da minha insociabilidade e até mesmo da falta de habilidade, da incapacidade de ganhar dinheiro, de se mover com as próprias pernas. Afinal, nestes cinco anos em que moro sozinho, foi graças à herança da minha mãe(a parte que ganhei com a venda da casa dela e de seu ex-companheiro). Os discos , eu comprei , a grande maioria, com meu dinheiro, fruto do meu trabalho, no entanto, foi graças também a não ter despesas, quando morava com meus pais. Eu não precisava dar dinheiro para casa. Eu não gastava com vestuário, com médicos, remédio, etc...

    É tudo muito louco e difícil de acreditar, mas é a pura verdade.
    Não sei se vc leu meus dois últimos posts, no blog Isolamento Total, onde mais uma vez, revelo bem o que penso, o que sou.

    Vc até que não deixa de ter razão no tocante aos discos, mas eles fazem muita falta pra mim, muita mesma! Outra loucura: foi uma das maiores perdas da minha vida!

    Muito obrigado e apareça sempre!
    Abraços!

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