Uma vez, um primo, meu último amigo pessoal, rindo, disse que eu era tão do contra, que tinha o leão como meu animal predileto, justamente um animal africano.
Os motivos de tal predileção: além da beleza, o leão tem bem mais masculinidade, sua imponência, sua juba, tudo isso é fascinante. Ele não tem a beleza deslumbrante de um tigre, mas, a meu ver, é um animal mais simpático e carismático. Como preguiçoso contumaz, admiro seu jeito preguiçoso, o ar de quem não quer nada; mas, por trás daquele jeito inofensivo, existe mesmo uma fera, que ataca sem dó um dos piores animais da face da Terra: o ser humano. Como ninguém é perfeito, o Rei dos Animais também tem seus defeitos. É um egoísta, diria até mau caráter. A pobre coitada da leoa é que caça pra ele, que come a maior parte do alimento, deixando restos para a leoa e os filhotes.
No entanto, no começo desse século, ao ir morar com a minha mãe e seu companheiro, o leão foi desbancado pelo papagaio. Tivemos três papagaios: Yagoda, Yezov e Stalin(eu que lhes dei esses nomes-rs). Dessa vez, meu gosto ficou mais light. Não existe animal mais carinhoso e fascinante como o papagaio, a meu ver. Stalin, depois de minha mãe, era a pessoa que eu mais gostava na minha vida. Infelizmente, o companheiro da minha mãe deu o Stalin para uma de suas amigas, e, há uns dois anos atrás, o bichinho faleceu. Yezov, dado para a mesma amiga da minha mãe, também já morreu.
Estou sempre na contra-mão mesmo. Nos anos 60,70, enquanto a grande maioria preferia Roberto Carlos, eu preferia Paulo Sérgio, que era considerado um imitador do Rei.
A mídia vive tecendo loas à velhice, inclusive já presenciei em blogs, tais louvores. Nada contra os idosos, que merecem nosso respeito, nosso carinho, apenas sou contra a velhice.
Muitos insistem que devemos viver o presente, esquecendo o passado, não se preocupando muito com o futuro. Os que têm tal pensamento denotam otimismo, vigor. Não penso assim; fantasmas do passado nos atormentam. Aprendemos com o passado, que nos serve de lição, mas essas lições costumam nos deixar amargos, desconfiados. A incerteza do futuro, me preocupa. Tudo é muito imprevisível. O certo: velhice, quando não morremos jovem, claro, mais certo ainda: a morte.
continua...
acho que o melhor seria esquecer mesmo o passado e aproveitarmos mais o presente.Pena que não é tão simples assim esquecer o passado...
ResponderExcluirO chato aqui sempre diz que o passado está sempre presente. rs
ResponderExcluirMuito obrigado pelos seus comentários, Denise!
Tudo de bom!
Eu também já tive um papagaio, se chamava Menininho, era um fofo, me chamava de preguiçosa e a gente vivia em constante guerra, mas eu tinha um profundo amor por ele e sinto que ele também gostava de mim, nossa implicancia mutua era o nosso jeito de amor! Sofri horrores quando ele morreu e ainda sinto saudades! São mesmo uns fofos!
ResponderExcluirBrigando com o papagaio?! Não acredito! rs.
ResponderExcluirTudo de bom, Pandora!
Apareça sempre!
Com a idade avançada quero morrer como tua avó. Dormindo.
ResponderExcluirPior do que morrer velho é morrer novo sem ter noção de como viver é bom.
Quem não quer morrer dormindo? A não ser q seja um masoquista.rs
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