terça-feira, 18 de março de 2014

... E O Moço Do Disco Voador Apareceu(1)

Já falei que na atual  situação em  que me encontro, chego até a desejar que alguma força oculta no Universo me ajude, tirando a minha vida, o que acho mais saudável do que eu próprio fazê-lo.

Também tenho desejado, assim como Raul Seixas diz em uma de suas músicas: "... Ô seu moço , do disco voador, me leve com vc, pra onde vc for..."

E ao passar por um dos raríssimos lotes vagos existentes por aqui ,onde moro, surge um disco voador, para minha surpresa, para meu espanto.

Um ser desce e me chama pelo nome, imediatamente dizendo que gostaria de me levar para seu planeta; que conhece o meu drama, sabe do meu descontentamento em viver na Terra.
Me diz: "Venha conhecer meu planeta. Você tem a opção de viver lá ou, caso não gostar, voltar para a Terra". Como de praxe, desconfiado, recusei. Ele puxou um revólver, tipo um calibre 38, me ameaçando.
Interessante é que mesmo com desejos suicidas, temi ser morto. Acabei por aceitar seu convite.

Na espaçonave, provavelmente por perceber como eu estava tenso, me esclareceu:
" Fique tranquilo; você não sofrerá nenhum mal; queremos apenas te ajudar, e caso você não gostar do nosso planeta, trarei-o de volta para a Terra".  Fiquei mais calmo.

Este ser parecia e, ao mesmo tempo não, com um habitante terrestre. Se assemelhava a um homem, uma mulher e um robô.  Não era bonito, nem feio. Nunca ouvi uma voz de timbre parecido- não era grave, nem aguda.  Não era alto, nem baixo. Sua roupa , era muito discreta.

Seu planeta , me deslumbrou pela beleza. Rapidamente, conheci outros habitantes, todos com a mesma aparência, igual a do ser que me abordou na Terra.

E o ser falou que para eu viver no planeta precisaria trabalhar. Ao ver meu semblante preocupado, logo falou: "fique sossegado, o trabalho aqui é bem diferente que o da Terra. Vou te ensinar o que tem que fazer".

Imediatamente, sem dificuldade alguma, me adaptei ao trabalho. No local, haviam colegas de serviço. Era um local silencioso. Os seres conversavam pouco. O tempo corria... Notei que ninguém ria, se queixava... ninguém ficava nervoso. Uns se comunicavam com aparelhos parecidos com o nosso celular, mas os assuntos, nada tinham a ver com problemas, com dificuldades.

O serviço me agradou. Nem fiquei cansado. Era uma função, um tipo de trabalho, que não existia na Terra.

O ser falou que lá não existia o tempo. Não existia cobranças... Cada um tem a opção de morar sozinho ou acompanhado.
Ao notar , novamente, meu semblante exibindo preocupação, ele disse: "caso aceite morar aqui, faremos uma réplica de seus discos, até mesmo retificaremos os com capas velhas e chiados.
Você terá um computador, à sua disposição, muitíssimo mais potente que os da Terra. Poderá baixar mais músicas, e , aqui, conhecerá tipos bem diferentes de melodias, as quais jamais foram escutadas no seu planeta.

Não haviam carros, bicicletas, motos... apenas uns poucos e silenciosos discos voadores.
Aliás, o silêncio do planeta era aconchegante.
Ninguém andava depressa, ninguém ficava nervoso, ninguém zombava de outrem. Não havia brincadeiras como as daqui da Terra.

Senti falta de mulheres...

... continua...

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