quarta-feira, 23 de novembro de 2011

"Meu Maior Erro Foi Ter Nascido"




Nesta fase difícil , pela qual estou passando, só me resta escrever, relatando minhas dores. Tanta lamúria, pode até afastar os navegantes.  Me perdoem, mas desabafar me alivia um pouco.

Houve uma época que eu era bem alienado em política, estava bem por fora, e me simpatizava com o Xá do Iran. Minha saudosa mãe também simpatizava com o mesmo. E foi ela que me deu a notícia de sua morte. Ele morreu de câncer. Minha mãe disse que sua última frase foi: "meu maior erro foi ter nascido". Ao ouvir isso, falei com ela: o meu maior erro também foi esse. Não lembro mais qual foi sua reação, no entanto, claro que não é nada agradável para um mãe ouvir isso de um filho, um jovem de 24 anos.

Hoje, acho possível que minha mãe entendeu mal, que, talvez o Xá disse isso com referência ao Aiatolá Khomeine, seu arqui inimigo.

Sinto que estou meio deprê. Nesta semana, ainda não saí de casa, não estou com vontade. Meu apetite diminuiu. A comida desce, mas com dificuldade. Quase não estou ouvindo músicas, e mesmo no pc , não estou sabendo bem o que fazer. Dormi muito mal na última noite.

Claro que uma crise assim, já era de se esperar, falta de objetivo, marasmo, apatia e uma grande frustração amorosa geram tal coisa. Acredito também que com meus 55 anos, estou passando por um espécie de crise dos 50 anos. E pensar que nunca me achei vaidoso... Não me conformo de minha barba estar branca e de as pessoas me chamarem de senhor...

Assim como um médico disse do saudoso Raul Seixas, me considero um deprimido crônico. Na realidade, penso que tenho um cadinho de alguns transtornos de personalidade(relatei isso no blog "Desabafos de um Eremita"). Não me sinto inferior, nem superior, o que desde há muito e muito tempo me sinto é deslocado, é estar totalmente na contra mão em relação às outras pessoas.
Pelo que pude notar, certas pessoas diagnosticadas de depressivas, têm esperança de melhora, elas conseguem ver uma luz no fim do túnel. Eu não consigo. Não consigo amar a vida. Não odeio as pessoas, conheci muita gente boa no mundo. Porém, não consigo amá-las. Gosto delas(nem de todas, claro), mas tenho dificuldades de me relacionar.

Assim como no mundo pessoal, no virtual, fico pasmo ao ver minha diferença em relação às outras pessoas. Uns até se dizem infelizes no amor, outros não se dão com a família, e há os que estão descontentes no campo profissional, porém, pelo menos num desses itens, alguns estão bem sucedidos. E a grande maioria tem em sua riqueza os amigos. Em nenhum desses campos, me saí bem.

Não tem jeito, eu questiono tudo, estou sempre descontente.  Não vejo futuro nenhum no ser humano. Não acredito em vida após a morte, caso existir, creio que boa coisa não nos espera. Sou partidário de um ditado russo, que diz: a vida é insuportável, mas a morte não é nada agradável. E vivo falando sobre a frase de Roger Waters, a qual muito me indentifico: se eu fosse um homem bom, entenderia a distância que há entre os amigos. Conheço um tanto de gente que se diz feliz, mas sabendo de acontecimentos de suas vidas, não queria estar na pele deles, prefiro minha vida monótona e sem sentido. Que felicidade é essa, que não me agrada nem um pouco? E não me agrada igualmente ser infeliz.  Não sou emo, nem masoquista.

Incrível, muitos têm seus planos, seus sonhos, trabalham, estudam, se pinta um feriadão, viajam, se divertem muito, e nada disso mexe comigo.
As pouquíssimas coisas que gosto, já não me dão mais prazer como antigamente. E agora , já comecei a questionar o mundo virtual...

Ando cada vez mais nervoso, me extrapolando, me irritando com facilidade, e na minha agressividade verbal, já ofendi quem não merecia, me excedi.

Paradoxalmente, havia ainda em mim, a chama do amor, ou da paixão,como queiram, que voltou a ficar acesa, depois de muitos anos. E o monomaníaco aqui investiu muito nesta paixão, que era um forte motivo pra viver, meu único objetivo de uns três anos pra cá. Aos poucos a chama foi se extinguindo, o brinquedo foi se quebrando, o encanto foi se esvaindo. Um sonho, uma ilusão, um querer de um homem que não mais queria, a busca pela beleza, pela paz, pelo carinho, mas tudo deu errado. Meu último sonho, meu último objetivo pra viver.
Por isso digo que meu maior erro foi ter nascido. O que estou fazendo aqui?


Black Celebration

Depeche Mode

Let's have a black celebration
Black celebration
Tonight
To celebrate the fact
That we've seen the back
Of another black day
I look to you
How you carry on
When all hope is gone
Can't you see
Your optimistic eyes
Seem like paradise
To someone like
Me
I want to take you
In my arms
Forgetting all I couldn't do today
Black celebration
Black celebration
Tonight
To celebrate the fact
That we've seen the back
Of another black day
I look to you
And your strong belief
Me, I want relief
Tonight
Consolation
I want so much
Want to feel your touch
Tonight
Take me in your arms
Forgetting all you couldn't do today
Black celebration
I'll drink to that
Black celebration
Tonight









8 comentários:

  1. Reaalmente alguns posts seus ultimamente tem me deixado sem saber o que dizer, porque sinto que já disse tudo. Principalmente em relação a sua paixão pela L.L., acho que daqui pra frente só posso ler seus desabafos em relação a ela, porque não sei mais o que dizer.

    Quanto a esse post também fico sem saber o que dizer, porque eu odeio que me deem conselhos e acho pior ainda dá-los aos outros. Mas creio sinceramente que você sempre esteve no limite de uma depressão e esse quadro vem piorando. Porque quando não conseguimos ver nada de positivo na vida, alguma coisa está errada na química do nosso cérebro.

    Confesso que não sou uma pessoa otimista, estou mais para realista tendendo para o pessimismo nos dias ruins. Mas não tenho uma visão negativa da vida, pelo contrário, acredito sempre que algo bom vai acontecer, mesmo que em certos momentos bata uma deprê.

    Beijocas

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  2. Dama, gostei muito do seu comentário, mormente o último parágrafo.

    Reconheço que ando repetitivo, mas desabafar, como eu disse, me alivia.

    Veja bem, há tempos que penso em postar um post engraçado(pelo menos eu acho engraçado-rs), um post que não tem a ver comigo e nem é direcionado a qualquer pessoa, mas meu astral está tão baixo, que vivo o adiando.

    Muito obrigado pelo comentário.
    Beijos

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  3. Errata, o parágrafo que mais gostei foi o primeiro.

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  4. My god, outro erro, gostei mais do segundo parágrafo.rs

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  5. Está aqui, buscando respostas. Mas elas não estão nos livros, na boca das pessoas, em livros, filmes ou palavras. Estão dentro de você, que tão bem se analisa. Ninguém gosta de ser chamado de "senhor, senhora" (rss). Isso nos dá a sensação de que perdemos a juventude. Você não está sozinho nessas divagações. Só precisa encontrar algo que o estimule, realmente.

    Grand abraço

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  6. Marilene, gostei muito do seu comentário também. Vc tocou num ponto interessante do "senhor, senhora", sou tão chato e descontente, que houve uma época que eu gostava de ser chamado de senhor, o q era raro me chamarem. Até meus trinta anos, eu era bem franzino: 1,72 de altura, 55 quilos e tinha o rosto pequeno, aparentando ser bem mais jovem. E agora, eu reclamo de estar mais velho. Pode? rs

    Muito obrigado pelas palavras.
    Abraços

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  7. Um dia um amigo me emprestou um livro: "A ave do paraíso"
    Nele eu aprendi muito. Nunca fui uma pessoa religiosa, acreditar e morrer por Deus. Não . Não tenho esta fé que queriam que eu tivesse. Neste livro tem uma frase + ou - assim:
    Acreditar em deus para não sentir vazio.E é isto que a família e a igraja faz além do terrorismo - Deus castiga. rsrrsr cresci e descubri que nem a igreja sabe dizer se deus existe ou não.
    Questiono-me tudo e todos. Agora posso me dá o luxo de ficar sem ter que responder a perguntas. Viajar é muito bom. Ir para lugares tranquilo, adoro ouvir a água. Acho que fiquei assim depois de morar por mais de dez anos em um sítio. Foi quando vi que não precisamos de muito para viver bem.
    Beijos.

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  8. Pouquíssimas vezes fui em sítios e fazendas. Infelizmente, meu saudoso tio paterno, dono de uma fazenda, não gostava muito de ser visitado... Seus dois filhos já foram meus amigos, mas a amizade se acabou há tempos. Fui umas três, quatro vezes em sua fazenda- adorei!!!!

    Beijos

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