O J. dava muito conforto para a minha mãe. Meu pai também deu muito conforto, mas não tanto como o J..
Aos poucos, minha mãe foi percebendo que o J. não era tão bom, como parecia ser. Pra piorar, a família dele era um verdadeiro estorvo, que só explorava e lhe dava aborrecimentos, sem ter consideração alguma com o mesmo. Minha mãe , ficava indignada, procurava abrir seus olhos, mas ele não dava a mínima, preferia ficar do lado da família(ele tinha um casal de filhos e três netos-além de irmãos...).
A família do meu pai nunca incomodou a mama.
E o calvário ficaria maior comigo morando com eles, com meu irmão sendo empregado do J., e o pior de tudo, um dos irmãos da minha mãe, na cara de pau, morou ao menos dois anos com a gente.
Minha mãe tentava contornar a situação,sempre colocando panos quentes. Eu e o J. não nos entendíamos . E o relacionamento dele com meu irmão, era pior ainda. Era falado que J. gostava de mim, mas não gostava do meu irmão.
O J. era sujeito rude, de pouca cultura, vulgar, imaturo, de personalidade fraca, influenciável, incoerente, debochado, intrigante, inconveniente, provocador, vaidoso... uma pessoa bem difícil de se lidar. Todos que conviviam com ele com mais assiduidade, incluindo minha mãe, naturalmente, sabiam disso.
Ele era um micro empresário, que ganhava muito bem. Vivíamos numa casa super confortável, comendo do bom e do melhor. Era raro, mas bem raro o mês em que os dois não comprovam coisas no Shopping Time. Era até comum, o J. trocar de carro... carro 0... sempre renovando em termos de televisões(as melhores possíveis), camas, fogões, freezers , geladeiras e tanta coisa mais. Vestiam-se muito bem.
Havia também as incontáveis (e até desnecessárias, penso eu) reformas e pinturas nas casas. Eu já estava de saco cheio de tanto ver pedreiros em nossa residência.
Tal consumismo me assustava. Pra mim, eles exageravam muito. Era muito materialismo pro meu gosto, afinal, a gente morre e nada leva. Eu ainda ficava preocupado de entrar ladrão na casa, já que era notório para os vizinhos o valor alto das coisas em nosso lar. Nossa casa , era a melhor do quarteirão...
Minha mãe, já há muito infeliz, só melhorava o astral quando compravam algo... é a tal doença do consumismo.
Eu estava infeliz, assim como minha mãe, mas o J., mesmo com todos os problemas que ele tinha, se dizia feliz, se achava um homem bom, fácil de se lidar. Minha mãe, dizia que ele não tinha maturidade alguma, era como um adolescente, que gostava de viver perigosamente. Ele não a tratava bem, era bruto, não era carinhoso,a preteria pelos filhos, netos e irmãos.
As pessoas que não conviviam com frequência com o J., o tinham como um ótimo sujeito, incluindo parentes da minha mãe e, até do meu pai, que gostavam muito dele...
continua...
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